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Como identificar sinais de risco na pele

12 Junho, 2018
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Quando falamos dos sinais da pele referimo-nos habitualmente aos nevos melanocíticos. Existem, contudo, uma grande diversidade de outras lesões cutâneas, com origem em diferentes estruturas, como as queratoses seborreicas, os fibromas, os lentigos, os angiomas e alguns tumores malignos.

Os nevos melanocíticos são constituídos por umas células pigmentadas denominadas melanócitos. A maioria surge após o nascimento (nevos adquiridos), estando presentes ao nascer em apenas 1% dos casos (nevos congénitos). O excesso de exposição solar na infância é um fator de risco para o aparecimento progressivo de mais nevos bem como a história familiar. Durante a infância podem aumentar ligeiramente ou ficar mais pigmentados. É muito comum ter nevos, sobretudo as peles claras onde o número médio destas lesões é de 20 a 40.

Existem diferentes tipos de nevos adquiridos:

O mais frequente é o nevo comum que é inofensivo. São habitualmente arredondados, de dimensão < 0.6 cm, planos ou ligeiramente elevados e de tonalidade homogénea (rosado, acastanhado, preto).

O melanoma é um tumor maligno com origem nos melanócitos, sendo extremamente agressivo se não é detetado precocemente. Existem nevos que aumentam o risco de melanoma:

  • Nevos atípicos: não são arredondados, tem mais do que uma cor, são superiores a 0,6 cm e mais frequentes no tronco. Se em número elevado diz-se que o doente tem a síndroma dos nevos atípicos.
  • Alguns nevos congénitos.
  • Nevo de spitz: habitualmente na face, pequeno, rosado, de crescimento rápido e aparecimento nos primeiros 20 anos de vida.

O melanoma nas suas fases inicias pode ser difícil de diferenciar de um nevo atípico. O risco do seu aparecimento aumenta na presença de mais de 50 nevos comuns, 4 ou mais nevos atípicos, história pessoal ou em familiar de primeiro grau deste tumor, antecedentes de queimaduras solares, sobretudo em idade jovem e a presença de pele, olhos e cabelo claros.

Um terço dos melanomas surge num nevo pré-existente, mas a maioria aparece de novo. É importante que a população se familiarize com os seus sinais e que faça o auto-exame da pele regularmente. A regra ABCDE ajuda a identificar lesões potencialmente malignas caso apresentem uma ou mais das seguintes alterações:

A: ASSIMETRIA
B: BORDO irregular ou indefinido
C: COR múltipla
D: DIAMETRO ≥ 0,6 cm
E: EVOLUÇÃO – alteração recente de aspeto

Um sinal que preencha algum destes critérios deve ser observado por um Dermatologista.

Os doentes com fatores de risco para melanoma devem ser seguidos por um Dermatologista que irá observar os nevos com um equipamento denominado dermatoscópio, podendo realizar-se um registo digital dos mesmos para melhorar o seu acompanhamento. Esta abordagem, juntamente com o auto-exame, permite aumentar o número de casos diagnosticados precocemente, permitindo uma abordagem cirúrgica curativa.

O cancro de pele não melanoma é mais comum em indivíduos com pele clara cronicamente exposta ao sol como pescadores e agricultores, sendo menos agressivo que o melanoma. Aparece habitualmente como uma escama recorrente, uma ferida que não cicatriza ou um nódulo brilhante em crescimento.

Os danos da radiação ultra-violeta são minimizados recorrendo-se a protetores solares com índice de proteção de 30 ou superior e ao vestuário, devendo evitar-se as exposições prolongadas ao sol sobretudo nas horas de risco entre as 11 e as 16 horas.

A maioria dos cancros de pele são curáveis se tratados precocemente.