NOTÍCIAS

Os efeitos do frio na pele: como prevenir e tratar

8 Maio, 2020
noticia-efeito-frio.png

As baixas temperaturas do inverno interferem com o normal funcionamento e equilíbrio da pele sendo importante conhecer algumas medidas para minimizar o impacto do frio neste órgão.

O vento frio e seco irritam a pele e, apesar da chuva, a humidade relativa do ar desce e o ambiente torna-se mais seco. Os aquecimentos artificiais dos espaços contribuem para a secura cutânea. Aliado a tudo isto, bebemos menos água e a transpiração corporal diminui, o que leva a uma desidratação epidérmica e um adelgaçamento da camada córnea, a mais superficial. Os banhos mais quentes levam a uma maior remoção da oleosidade natural diminuindo o filme hidrolipídico da pele, importante na preservação da barreira cutânea.

A nossa pele mantém uma temperatura equilibrada graças à circulação sanguínea e a outros mecanismos.

OS EFEITOS DO FRIO NA PELE: COMO PREVENIR E TRATAR

A sua exposição ao frio desencadeia a contração dos seus vasos na tentativa de desviar o sangue para órgãos nobres. Esta redução do fluxo sanguíneo superficial é mais evidente nas extremidades, motivo pelo qual são os locais mais afetados pelo frio. A tradução de todas estas alterações é uma pele visivelmente mais seca com descamação de intensidade variável, reforço das linhas cutâneas, sobretudo no rosto, muitas vezes aliado a vermelhidão e prurido local. Caso a falta de irrigação sanguínea da pele seja muito comprometida podem surgir frieiras, que são lesões inflamatórias violáceas e pruriginosas, mais comuns nas mãos e pés podendo ocorrer no nariz e orelhas, as quais, em situações mais graves, evoluem a feridas, a necessitar de apoio médico.

É comum observarem-se lábios gretados, por vezes inchados e a descarnar, vulgarmente denominado de cieiro.

Os doentes com patologia cutânea corno rosácea, eczema atópico e doenças do tecido conjuntivo como o lúpus, sofrem mais facilmente alguns destes fenómenos condicionados pelas temperaturas mais baixas. Existem medidas gerais para a prevenção e estabilização das alterações induzidas pelo frio. É importante urna correta hidratação corporal e urna alimentação saudável, rica em vitaminas e antioxidantes. Sugerem-se óleos de banho dado que irão compensar o défice de gordura da pele, os quais devem ser seguidos, no imediato, pela aplicação de cremes emolientes, que, ao terem propriedades umectantes (criam uma camada protetora na pele que a impede de perder água, mantendo-a humedecida) e hidratantes (permeiam a pele e hidratam-na) são importantíssimos para o equilíbrio da pele.

Devem evitar-se banhos quentes e usar a mão na passagem do óleo de banho, evitando esponjas. Sugerem-se protetores solares no rosto e nas peles oleosa hidratantes oil-free. Nos lábios os bálsamos labiais aplicados várias vezes ao dia são muito úteis e para as mãos existem cremes emolientes específicos. Recomenda-se a ingestão de cerca de dois litros de água por dia e o recurso a luvas, gorros e cachecóis. Ressalva-se que sempre que houver agravamento do estado da pele, apesar das medidas gerais para restabelecer a barreira cutânea, o doente deve procurar auxílio médico. Existem fármacos anti-inflamatórios e vaso dilatadores que podem melhorar estas dermatoses induzidas pelo frio. Para além disso, algumas destas reações exageradas ao frio, são a primeira manifestação de doenças mais graves, desconhecidas pelo paciente.

Ver o artigo publicado no Jornal do Centro aqui.